Muitas vezes nos perguntamos: “Porque estamos aqui?”, “Será que temos uma missão a cumprir?”, “Um propósito a realizar?”, “Qual o motivo da existência do homem?”. Para responder as essas questões, sempre costuma-se apresentar duas possíveis respostas oriundas da Teoria da Evolução e da Teoria da Criação (criação do homem por Deus).
A Teoria
da Evolução nos leva a concluir que a aparição do homem aqui nesta terra se deu
ao acaso, senão vejamos:
- Todos os seres orgânicos derivam de um único ou de vários tipos primitivos de vida.
- Graças ao tempo, aperfeiçoamento sucessivo (lei da seleção natural) e “uma pitada de sorte”, plantas e animais desenvolveram-se pouco a pouco para culminar em algo mais perfeito: o homem?
- Pensando desta forma lógica, plantas e animais continuam evoluindo, e talvez deva chegar o tempo em que o homem será apenas um degrau para uma forma de vida mais inteligente e aperfeiçoada. Isso faz com que o homem nesta terra não seja a peça mais importante, o ator principal.
- Conclui-se, portanto, que estamos aqui através de uma evolução cega, mas sortuda, que conseguiu se adaptar e evoluir, sem propósito algum.
Em
contrapartida, a Teoria da Criação nos mostra que Deus criou o homem como ele é
hoje, a imagem e semelhança do Deus altíssimo e o colocou como peça fundamental
da criação. Alguns aspectos relevantes sobre a Teoria da Criação:
- Homem criado através de um ato livre de um Criador.
- Gn 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
- Coloca o homem como a coroa da criação, cheio de honra e glória. Sl 8.5: Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.
Se não
somos simples obra do acaso ou um puro “toque de sorte”, temos que ter um
propósito nesta vida. Um propósito para estarmos aqui e agora. Jesus quando
veio a terra em forma de homem, ele veio com um propósito específico. Não veio
para ser teólogo. Jesus não escreveu livros. Seus discípulos escreveram através
da inspiração do Espírito de Deus. O único livro que Jesus escreve é o “Livro
da Vida” colocando o nome daqueles que são salvos. Não veio para ser filósofo.
Filósofos procuram verdades, e quando encontram, as deixam para a ciência.
Jesus é a Verdade. Jo 14.6: Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida. Não veio para ser médico. Jesus curou
fisicamente algumas dezenas de pessoas, mas deixou todo o resto do mundo
doente.
Jesus
veio para salvar e resgatar a humanidade perdida e separada de Deus através do
pecado. Para que o homem pudesse ter novamente a vida de Deus. Jo 10.10: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. E
o próprio Jesus nos declara qual o nosso propósito, o nosso chamado: sermos
seus discípulos através da cruz. Mc 8.34: E chamando a si
a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Neste texto Jesus
estabelece um pré-requisito para ser discípulo dele: tomar a sua cruz. Lc 14.27: E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim,
não pode ser meu discípulo.
Mas o
que é ser discípulo de Jesus? E por que através da cruz? Ser discípulo de Jesus
através da cruz significa basicamente três coisas:
1. Esvaziar-nos
de nós mesmos e fazer a vontade de Deus
Fp 2.5-8: De sorte que haja em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma
de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
A
Bíblia nos revela que tudo na criação foi feito por Ele, através dEle e para
Ele. Jo 1.3: Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do
que foi feito se fez. Cl 1.16: Porque nele
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Jesus sempre teve a
natureza divina antes, durante e depois de sua permanência na terra. Jesus
possuía toda honra e toda glória nos céus ao lado do Pai. Mas ele esvaziou-se
de tudo isso, deixando sua glória, honra, posição, riquezas e direitos.
Deixando a sua presença celestial ao lado do Pai. Jesus humilhou-se a si mesmo
para se tornar um servo até a morte e morte de cruz. Tudo isso para cumprir o
propósito de salvação da humanidade. No plano de salvação de Deus era
necessário um sacrifício perfeito. Jesus foi esse sacrifício perfeito.
E nós? Será
que temos deixado tudo para cumprir o nosso chamado? Será que temos deixado as
coisas mais importantes de nossas vidas em prol do reino? Será que temos vivido
Mt 6.33 em nossas vidas? Será que temos nos esvaziado de nossa vontade para que
a vontade de Deus cresça em nós? Jesus entendeu que para cumprir o seu propósito
era preciso fazer a vontade do Pai. Mt 26.39b: Meu Pai, se é
possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como
tu queres.
2. Na
cruz Jesus amou a humanidade
No
Getsemani, momentos antes do início do processo de crucificação, Jesus sentiu
forte agonia antes de ir para a cruz e orou ao Pai. Lc 22.42-44: Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia
não se faça a minha vontade, mas a tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que o
fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se
em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão. Talvez Jesus já
tivesse ouvido falar da crucificação ou talvez até já tivesse presenciado
outras crucificações. Ele sabia como era dolorosa a morte na cruz. E Ele orou
ao Pai pedindo para que toda essa situação passasse. Não a morte física – por
que era necessário Jesus morrer fisicamente e Ele estava decidido a isto – mas talvez
minimizar as dores físicas, emocionais e espirituais do processo de
crucificação. E realmente Jesus passou por tudo:
- Horas e horas de agonia. A morte na cruz era lenta. Os crucificados geralmente ficavam dias pendurado na cruz, esperando pela morte.
- Dores decorrentes dos pregos que perfuravam mãos e pernas.
- Febre alta produzida pela infecção dos pregos enferrujados.
- Sede decorrente da desidratação excessiva.
- Fome devido à horas pendurado na cruz.
- Dificuldade ao respirar devido à posição do corpo na cruz causando-lhe constantes asfixias. Todas as vezes que Jesus precisava respirar, ele tinha que elevar o corpo tendo como apoio os pregos dos pés. Jesus falou 07 frases enquanto esteve pendurado na cruz.
- A Bíblia nos mostra Jesus passou 06 horas pendurado na cruz e não eram os cravos que prendiam Jesus naquela cruz, mas o amor dEle por nós.
A
história nos ensina que todos os crucificados na cruz possuíam uma placa sobre
suas cabeças informando o crime que o crucificado tinha cometido. A placa na
cabeça de Jesus dizia: Jesus Nazereno Rei dos Judeus. Não tinha crime algum. 1 Co 5.21: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”. Mas talvez pudesse
haver uma palavra representando o crime de Jesus – se assim podemos dizer:
“Tanto amou a humanidade”. E Ele fez tudo isso por amor a nós. Por que Ele
sabia que ia valer à pena cada sacrifício, cada momento de dor, cada insulto
recebido, para nos dar a possibilidade de ter vida com o Pai novamente. Jesus
sabia o quanto o Pai ama a humanidade. Por amor, Ele cumpriu o seu propósito.
E nós?
Temos amado a humanidade de tal forma a dar a nossa vida pela salvação desta?
Jesus disse: Ninguém
tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos (Jo
15.13). Será que temos feito o sacrifício de Jesus valer a pena na
vida de outras pessoas? Por amor a Jesus e aos perdidos, temos cumprido o
“Ide”?
3. Foi
na cruz que fomos chamados para ser discípulo de Jesus
Mc. 8.34: E chamando a si a multidão, com os seus
discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome a sua cruz, e siga-me.
Jesus
chama a todos a tomarem a sua cruz. Não apenas a multidão (ímpios), mas
principalmente nós, que somos discípulos, temos que entender o que Cristo fez
por nós na cruz e praticar:
- Ser humildes e esvaziar-nos diariamente do nosso “Eu”, pois só assim poderemos ser cheios de Deus e fazer a vontade do Pai.
- Entender que fomos curados fisicamente, emocionalmente e espiritualmente por Jesus. E que todas as vezes que pecamos estamos anulando o sacrifício expiatório de Jesus na cruz em nossas vidas.
- E principalmente, amar os perdidos e “ajudar” a Jesus a carregar a cruz a todas as pessoas que não conhecem o amor de Deus.
Nós temos que olhar para a cruz e ver refletido nela o herói que Deus chamou e escolheu para marcar a nossa geração. Não podemos desprezar o chamado e nem permitir que os anjos, as pedras ou até mesmo a mula tome o nosso lugar.
Que Deus nos abençoe.
Guilherme Soares
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